Caros leitores,
Esta é a 3ª Parte do texto ¨O Nascimento de um Curso¨. Para que compreendam melhor este texto, peço-lhes que o leiam de baixo para cima, da Parte 1 para a Parte 3.
Críticas e ironias à parte, considerei o livro de Betty Edwards extraordinário. Quando vi pela primeira vez, os resultados dos seus alunos, ¨caí pra trás¨. Adultos que desenhavam como crianças e, em apenas dois meses, desenhavam como bons desenhistas, isso eu nunca tinha visto em lugar nenhum e jamais num livro de desenho. Neste ponto o seu livro foi para mim, altamente estimulante e decisivo para a continuação da pesquisa que eu iniciara antes. Se ela havia conseguido, não me custava nada tentar.
No início de 1983, uma vez digerido o livro de Betty Edwards, comecei a aplicar no meu grupo de alunos os dois exercícios que eu não conhecia, com algumas alterações que julguei necessárias. Foi uma fase extremamente rica, muitas idéias e intensa experimentação. Naquela época eu já havia criado mais de 30 exercícios baseados nas 9 estratégias perceptivas que eu utilizava para desenhar.
Entretanto, o exercício mais importante quem fazia era eu. Desenhava, por exemplo: O rosto de um aluno, objetos, qualquer coisa. Às vezes, copiava desenhos. Enquanto desenhava, tentava narrar tudo o que estava se passando na minha mente; as estratégias que estava usando, as várias opções, caminhos ou soluções que iam surgindo durante a resolução do desenho. Acredito ser esta, talvez a melhor forma de ensinar desenho. Falando e desenhando ao mesmo tempo explicava meus projetos de arquitetura. Ao desenhar falando, arquitetava meu projeto de ensino.
Em junho de 1983, dei por concluída a pesquisa com o grupo, e resolvi transformá-la num curso. Eu já tinha um número certo de aulas com uma duração estabelecida, os exercícios já estavam selecionados e cobrei o mesmo preço dos meus cursos do IAB. Formei uma turma de 8 alunos e meu curso então nasceu. Os resultados obtidos foram bem próximos daqueles apresentados por Betty Edwards e todos os alunos saíram desenhando muito bem. Fiz questão de incluir também do seu livro o auto-retrato e o desenho de perfil para poder ver se as minhas estratégias levariam meus alunos a resultados que se aproximassem dos dela.Terminado o curso, tive certeza que ensinar desenho era muito fácil.
Os desenhos acima são de minha aluna Regina, Arquiteta já formada naquela ocasião. Regina foi aluna desta minha primeira turma citada acima. O 1º desenho é de um rosto de imaginação. O 2º é do meu perfil.
Eu me pergunto, ensinavam desenho nas faculdades de arquitetura do Rio de Janeiro? A cadeira de Desenho Artístico sempre existiu. O que era ensinado? E hoje? Será que já ensinam?
Até a próxima, Santa Teresa, 7 de Novembro de 2007
Críticas e ironias à parte, considerei o livro de Betty Edwards extraordinário. Quando vi pela primeira vez, os resultados dos seus alunos, ¨caí pra trás¨. Adultos que desenhavam como crianças e, em apenas dois meses, desenhavam como bons desenhistas, isso eu nunca tinha visto em lugar nenhum e jamais num livro de desenho. Neste ponto o seu livro foi para mim, altamente estimulante e decisivo para a continuação da pesquisa que eu iniciara antes. Se ela havia conseguido, não me custava nada tentar.
No início de 1983, uma vez digerido o livro de Betty Edwards, comecei a aplicar no meu grupo de alunos os dois exercícios que eu não conhecia, com algumas alterações que julguei necessárias. Foi uma fase extremamente rica, muitas idéias e intensa experimentação. Naquela época eu já havia criado mais de 30 exercícios baseados nas 9 estratégias perceptivas que eu utilizava para desenhar.
Entretanto, o exercício mais importante quem fazia era eu. Desenhava, por exemplo: O rosto de um aluno, objetos, qualquer coisa. Às vezes, copiava desenhos. Enquanto desenhava, tentava narrar tudo o que estava se passando na minha mente; as estratégias que estava usando, as várias opções, caminhos ou soluções que iam surgindo durante a resolução do desenho. Acredito ser esta, talvez a melhor forma de ensinar desenho. Falando e desenhando ao mesmo tempo explicava meus projetos de arquitetura. Ao desenhar falando, arquitetava meu projeto de ensino.
Em junho de 1983, dei por concluída a pesquisa com o grupo, e resolvi transformá-la num curso. Eu já tinha um número certo de aulas com uma duração estabelecida, os exercícios já estavam selecionados e cobrei o mesmo preço dos meus cursos do IAB. Formei uma turma de 8 alunos e meu curso então nasceu. Os resultados obtidos foram bem próximos daqueles apresentados por Betty Edwards e todos os alunos saíram desenhando muito bem. Fiz questão de incluir também do seu livro o auto-retrato e o desenho de perfil para poder ver se as minhas estratégias levariam meus alunos a resultados que se aproximassem dos dela.Terminado o curso, tive certeza que ensinar desenho era muito fácil.
Os desenhos acima são de minha aluna Regina, Arquiteta já formada naquela ocasião. Regina foi aluna desta minha primeira turma citada acima. O 1º desenho é de um rosto de imaginação. O 2º é do meu perfil.
Eu me pergunto, ensinavam desenho nas faculdades de arquitetura do Rio de Janeiro? A cadeira de Desenho Artístico sempre existiu. O que era ensinado? E hoje? Será que já ensinam?
Até a próxima, Santa Teresa, 7 de Novembro de 2007