sábado, 5 de abril de 2008

014 - As cadeiras do Clemente.


Caros leitores,
Em outubro de 1984, lancei publicamente o curso ¨Desenho com o Lado Direito do Cérebro - Método Betty Edwards¨ simultaneamente no MAM (Museu de Arte Moderna do Rio de Janeiro) e no IAB (Instituto de Arquitetos do Brasil). Foi um sucesso. No MAM formaram-se duas turmas ou dois cursos com 30 alunos cada e no IAB um curso com mais de 20 alunos.
Clemente, um advogado, foi meu aluno da turma do IAB. A cadeira da esquerda foi desenhada no dia 7 de outubro. Ela tinha 4 pés mas o Clemente só viu 3 e além disso ela tem os pés mais próximos alinhados numa invisível reta horizontal, exatamente como as crianças representam a ¨linha do chão¨. A segunda cadeira, a do dia 23, já é um desenho quase perfeito. Ela está ¨pousada¨, sem que eu tenha ensinado nada de perspectiva ou sobre ponto de fuga.
Qual o segredo deste avanço perceptivo tão rápido ? A percepção do Vazio ou da forma do espaço que envolve toda a cadeira. Os chineses chamam de a ¨não-cadeira¨. Não sei como os japoneses o chamam, mas o Mestre Shoji Kamei o chamava de Vazio há quase meio século atrás, nas aulas de desenho do Curso Bahiense no Rio de Janeiro.
Até a proxima,
Santa Teresa, Rio de Janeiro, 5 de abril de 2008.

Um comentário:

  1. Olá, gostaria de saber se o senhor irá dar aulas em algum lugar do Rio de Janeiro.

    Obrigada,

    Laura Landau.

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