sexta-feira, 25 de abril de 2008

038 - Um dia o meu croquis nasceu.

Caros leitores,

Este texto complementa o anterior (036).

Aqui estão 4 croquis de arquitetura de minha autoria. Os dois de cima são de 1999. São do projeto do Concurso da Igreja da PUC / RJ, dos arquitetos Flavio Ferreira e Ernani Freire, com projeto de iluminação do arquiteto José Luis Galvão. Infelizmente não foi o projeto vencedor.
Os dois de baixo são de um projeto dos arquitetos Vicente Más Gonzalez ( Paquito) e Pedro Paulo Machado, para uma residência na Ilha de Macacos em Angra dos Reis. São croquis de 1973. Eles foram feitos numa época em que eu estava começando a gostar dos meus croquis. Talvez neste ano ele tenha nascido.
Até a próxima,
Santa Teresa, Rio de Janeiro, 25 de abril de 2008.

terça-feira, 22 de abril de 2008

037 - O Pintor e o Menino.



Caros leitores,
Hoje apresento-lhes um diálogo real: "O Pintor e o Menino".
O pintor: - Seu pai me disse que você quer ser pintor quando crescer, é verdade?
O menino: - Sim, é verdade!
O pintor: - Posso lhe dar um conselho?
O menino: - Pode.
O pintor: - Copie, copie, copie. Copie a reprodução das pinturas dos grandes mestres !!! Depois, quando você fizer 18 anos, peça ao seu pai para lhe mandar para Paris. Vá ao Louvre todos os dias e continue copiando. Copie, Copie e não desista. Não se preocupe, um dia a Sua Pintura Nascerá !!!
O menino: - Eu já faço isso, mas só que eu copio desenhos de gibi. Eu adoro desenhar cavalos e índios!
O pintor sorriu levemente e perguntou: - Quantos anos você tem?
O menino: - 12 anos.
O pintor: - Então eu vou lhe dar aulas de pintura, você quer?
O menino: - Claro que eu quero!
O menino entusiasmado correu para perto do pai e falou: - Papai ele vai me dar aulas de pintura, eu vou ser pintor.
O pintor se aproximou do pai e disse: - Ele vai ser meu aluno.
O pintor: Cândido Portinari.
O menino: Eu, Maurício Porto.
Este encontro, que jamais esquecerei, aconteceu provavelmente em 1957. Foi numa galeria de arte em Copacabana, na vernissage de uma exposição do extardinário desenhista e pintor Argentino, Manoel Kantor. Portinari e Kantor eram grandes amigos de meus pais Nelson de Magalhães Porto e Daura Ribeiro Porto.
Infelizmente não pude ser aluno de Portinari. Descobri que a tinta a óleo, a terebentina ou a água ráz, me provocavam fortes crises de asma. Foi muito triste para mim. Aos 12 anos desisti de ser pintor. Mas de uma coisa eu sei, não esqueci o conselho de Portinari.
Aos 21 anos comecei minha carreira de ilustrador de arquitetura. Não tenho a menor vergonha de dizer que copiei dezenas de croquis de arquitetura de Le Corbusier, Lúcio Costa, Oscar Niemeyer, Sérgio Rodrigues, Marcos de Vasconcellos e Luiz Carlos Neves. Um dia o meu croquis nasceu!!!
Até a próxima,
Santa Teresa, Rio de Janeiro, 25 de abril de 2008.

036 - "Professor, é assim que eu desenho". 2


Caros leitores,
Este texto é praticamente uma continuação do anterior (035), portanto aconselho a todos a lerem o texto abaixo.
Nestes desenhos acima procuro mostrar um provável caminho que usei para "marcar" a garrafa e mostrar que ela "não surgiu do nada".
Imagem 9 - Mentalmente estabeleci o Enquadramento do Desenho.
Imagem 4 - Visualizei a parte principal do tema e imaginei a superposição de um polígono irregular (em amarelo). Este é um processo muito usado e ensinado que pode ser chamado de abstração geométrica ou geometrização do tema. Eu o considero ótimo porque, com a redução de todos os elementos a um simples polígono, fica mais fácil enquadrá-lo no formato.
Imagem 5
- Dividí mentalmente a folha no meio, tanto na vertical quanto na horizontal. Provavelmente marquei alguns pontos.
Imagem 6 - Concentrei-me na garrafa. Dividí mentalmente a reta MA ao meio e novamente ao meio no lado da garrafa. Dividí a reta MB ao meio e novamente ao meio na metade superior. Com certeza marquei estes pontos
Imagem 7 e Imagem 8 - Com a localização bem definida não foi difícil perceber as proporções e desenhar a minha garrafa. Na realidade não fiz "mágica" nenhuma. Qualquer pessoa que desenhe bem faria algo aproximado ou teria uma solução mais elegante ou mais eficaz.
O resto do desenho foi todo executado usando as mesmas estratégias que uso e ensino até hoje: percepção dos vazios, geometrizações, varreduras, triangulações e outros caminhos que utilizo para desenhar corretamente.
Até a próxima,

SantaTeresa, Rio de Janeiro, 23 de abril de 2008.
Dia de São Jorge.

domingo, 20 de abril de 2008

035 - "Professor, é assim que eu desenho". 1

Caros leitores,
Fiz dois exames vestibulares para Arquitetura. O primeiro, em 1964, para a Faculdade Nacional de Arquitetura, onde cursei apenas o primeiro ano e depois abandonei o curso. Mais tarde, não sei bem se foi em 71 ou 72, prestei novo exame para a recém criada Faculdade de Arquitetura Bennett.

Nos dois exames havia a prova de desenho. A prova da Nacional de Arquitetura durava quatro horas, tinha Natureza Morta, Figura Humana e 6 Croquis de figura humana. A da Bennett durava duas horas e só tinha uma Natureza Morta. Na Nacional, apenas quatro candidatos tiraram nota 10 em aproximadamente 400, eu fui um dos quatro. Na Bennett, sómente um candidato tirou nota 10 em aproximadamente 100, fui eu.

Estou contando esta história porque aconteceu comigo um fato, em 1964, que iria se repetir exatamente igual 8 ou 9 anos depois, na Bennett, durante a prova de desenho.

A Figura 1 representa aproximadamente o que tínhamos que desenhar na prova da Nacional. A Natureza Morta da Bennett era quase a mesma coisa. Em vez de uma garrafa era uma moringa. Os sólidos eram outros. Não tinha uma jarra, no fundo era o sempre mesmo arcaico panejamento, e a dificuldade ou facilidade era a mesma.
Nas duas provas fiz como sempre faço. Fico às vezes uns 5 minutos observando o que tenho que desenhar. Desenho com a mente. Calculo as posições, distâncias e proporções sem jamais fazer um esboço. No máximo marco alguns pontos na folha em branco. Depois, escolho um elemento da composição e começo a desenhar. Na prova da Nacional escolhi a garrafa (ver Figura 3), na da Bennett, foi a moringa.

Estava eu tranquilamente desenhando a minha garrafa, apesar do calor de 40 graus na ilha do Fundão, verão de 1964, quando de repente fui interrompido com a seguinte frase: "Não é assim que se desenha! A composição não vai caber na folha!". Era um dos professores que estava observando as provas. Ele me aconselhou a começar tudo de novo. Disse que eu deveria fazer um esboço e que eu não sabia desenhar. Felizmente eu estava muito tranquilo e seguro da minha capacidade. Respondi-lhe calmamente : "Professor, é assim que eu desenho. Tenho certeza que a composição vai caber na folha. Se eu estiver errado, o senhor pode me dar Zero na prova, mas começar de novo eu não vou". Ele não se abalou, disse-me apenas: "Vamos ver!". Como já escrevi, tirei 10 na prova.
Oito ou nove anos depois, estava eu tranquilamente desenhando a minha moringa, numa tarde agradável na Escola Bennett, no inverno de 71 ou 72, quando de repente fui interrompido com a mesma frase: "Não é assim que se desenha! A composição não vai caber na folha!". Pensei imediatamente: "Já vi esse filme!". Realmente, o filme foi igual. O professor era outro, mas a fala era a mesma. Ele me aconselhou a começar tudo de novo e eu, educadamente, disse-lhe que não; com ironia propuz: "Se eu estiver errado, o senhor pode me dar Zero". Acabei tirando 10, mas desta vez o professor foi extremamente elegante e veio me comprimentar no final da prova.
Destes dois episódios concluí que os dois professores, na verdade, não estavam acostumados a ver um jovem desenhar daquela maneira. Eu não fazia esboços e não usava o medíocre recurso do desenho medido a lápis. Fazia cálculos mentais de posicionamento e proporções com uma velocidade extraordinária. Além do mais, tinha a pureza, a segurança, a tranquilidade e a ousadia de uma criança desenhando. Portanto, como um jovem mágico, tirava garrafas e moringas da minha "cartola", que pareciam surgir do nada, e as localizava na posição exata.Tenho certeza que eles nada entenderam. Prisioneiros dos seus limitados e acadêmicos referenciais, me prejulgaram equivocadamente. Depois, dignamente, se retrataram.

Até a próxima,

Santa Teresa, Rio de Janeiro 23 de abril de 2008.
Dia de São Jorge.

sexta-feira, 18 de abril de 2008

034 - No Gomez.


Caros Leitores,
Mais um croquis de imaginação e de minha autoria. Este jovem está sentado no Bar do Gomez. Quem é ele, não sei. Mas que é no Gomez eu tenho certeza, porque o Gomez é o bar da minha esquina e toda vez que eu penso num bar, penso que lá estou.
Até a proxima,
Santa Teresa, Rio de Janeiro, 18 de abril de 2008.

033 - Menino lanchando.


Caros leitores,
Este desenho é de hoje de manhã. Gostei e aí está. Fazer desenhos e croquis de imaginação é um dos meus passatempos preferidos. Eu sempre os deixo incompletos. Acho mais elegante e mais parecido comigo. Idéias, esbôços, nada muito acabado. Nenhuma certeza.
Até a próxima,
Santa Teresa, Rio de Janeiro, 18 de abril de 2008.

032 - Para enfeitar a Tela.




Caros leitores,

Hoje acordei muito cedo. Eram quatro e meia da manhã. Desenhei até às seis e meia e depois dormi até às oito. Fiz dezenas de rostos e pessoas de imaginação. Mulheres, idosos, crianças, jovens e homens. Escolhi estas tres mulheres porque gostei. Como ainda estava escuro, coloquei a data de 17 de abril em dois desenhos. Fiz como se fosse ontem.
Até a próxima,
Santa Teresa, Rio de Janeiro, 18 de abril de 2008.

quarta-feira, 9 de abril de 2008

031 - Como a Miriam me desenhou.


Caros leitores,
Aqui estou eu, à direita, desenhado pela Miriam. O outro perfil da esquerda é um desenho de imaginação que ela fez no dia 3 de agosto. Ela foi da segunda ou terceira turma dos primeiros cursos que dei ainda no Leme em 1983.
O meu perfil feito no dia 10 de agosto, ainda está com o traço muito ¨duro¨, o cabelo sem tratamento e um mínimo de luz e sombra está fazendo falta. Não posso culpá-la pois se houve falha, foi minha. Eu estava começando com o curso e ainda testando exercícios. Naquela época ver um resultado como este já era muito para mim.
Até a próxima,
Sante Teresa, Rio de Janeiro, 9 de abril de 2008.

030 - Aviso aos leitores.

Caros leitores,
Gostaria de informar-lhes que tenho mais outros 3 blogs. Neles vocês poderão ver ilustrações profissionais, desenhos, ilustrações de arquitetura e maquetes eletrônicas de minha autoria.
Os blogs são:
001- Desenhos e ilustrações / Maurício Porto.
O endereço é: http://www.desenhoporto.blogspot.com/

002 - Ilustrações de Arquitetura / Maurício Porto.
O endereço é : http://ilustrarquitetura.blogspot.com/

003 - 3D com SketchUp / Maurício Porto.
o endereço é : http://3dcomsketchup.blogspot.com/
Até a próxima,
Santa Teresa, Rio de Janeiro, 9 de abril de 2008.

029 - Aviso aos navegantes de primeira viagem.

Caros leitores,
Tenho recebido emails de vários amigos que não conseguem lidar com blogs. Afirmam não terem conseguido ver um desenho ou um texto.
Então aí vão algumas ¨dicas¨:
001 - Na primeira página vocês verão apenas as últimas postagens
( eu prefiro chamar de textos). Em geral não ultrapassam o total de dez. Vocês vão descendo até parar. No meio da tela está escrito : Postagens mais antigas. Basta clicar em cima e vocês irão para a página anterior, onde encontrarão evidentemente as postagens mais antigas. ( Atenção, deixo claro que esta não é uma explicação lusitana. é real ). Daí em diante é só repetir o procedimento
( Perceberam ? ).
002 - Outra maneira bem mais rápida é procurar na tela o ARQUIVO DO BLOG que fica no seu lado direito. Vocês, por exemplo, poderão clicar uma vez só no ano 2008. Então verão todas as postagens do ano de uma só vez. Às vezes, dependendo da quantidade de postagens, não virão todas. Aparecerá novamente na tela: Postagens mais antigas. Então, é só clicar em cima.
003
- Se vocês quizerem ler um determinado texto, vocês poderão clicar uma vez em cima do mês ou do ano, escolher o título e clicar em cima. Só aparecerá aquele texto. Para voltar ao estado normal do blog, clique em início que fica à esquerda de Postagens mais antigas.

Não sei se consegui ajudá-los ou se dei uma de Chacrinha: " Eu estou aqui para confundir, eu não estou aqui para explicar ".

Até a próxima,

Santa Teresa, Rio de Janeiro, 9 de abril de 2008.

terça-feira, 8 de abril de 2008

028 - O Vinícius e o Hélio visto pelo Vinícius.


Caros leitores,
Vinícius estudava arquitetura e era muito amigo do Hélio e da Denise (ver texto 027). Foi também aluno da minha 2ª turma em 1983. Ele já desenhava muito bem. O seu auto-retrato, à esquerda, feito no início do curso, diz tudo. Era a cara dele.
No final do curso ele desenhou o Hélio. Era a cara do Hélio. Do meu ponto de vista, não houve nenhuma mudança no seu desenho. Ele continuou muito bom. É interessante ver o auto-retrato feito pelo Hélio (ver texto 027), e a diferença do retrato que o Vinícius fez dele.
Em compensação, o Hélio avançou bastante e o Vinícius ficou ¨meio paradão¨. Também, já sabia tudo. Só tinha que deixar de ser preguiçoso e terminar os cabelos. Afinal ele e o Hélio naquela época ainda tinham cabelos pretos.
Vinícius se tornou um dos meus maiores amigos e sempre que pode, lê este blog. Por ser meu amigo, pude dizer que ele era preguiçoso e ainda fiz uma ¨pilhéria¨com a cor dos seus cabelos e do Hélio. Ele é muito mais jovem que eu e ainda tem cabelos pretos.
Até a próxima,
Santa Teresa, Rio de Janeiro, 8 de abril de 2008.

segunda-feira, 7 de abril de 2008

027 - O Hélio e a Denise vista pelo Hélio.


Caros leitores,

O Hélio e a Denise foram meus alunos da segunda turma do meu curso, em agosto de 1983. Nesse início como já escrevi (ver texto 003), o curso ainda era no meu escritório na minha casa no Leme. Os dois, na ocasião, eram estudantes de arquitetura.
O desenho da esquerda é o auto-retrato do Hélio feito no começo do curso e tem as características típicas de um desenho infanto-juvenil. Ele já cursava o 4º ano da faculdade e ao meu ver, não tinha culpa nenhuma de não saber desenhar. O ensino de desenho é que era, e ainda é em geral, bem fraco nas faculdades de arquitetura do Rio de Janeiro.
No perfil que ele fez da Denise, quase dois meses depois, ele já apresenta uma certa melhora. O traço ainda está um pouco pesado e o cabelo mereceria um cuidado maior. Mas, de qualquer maneira, já não é mais um desenho do nível do anterior.
Até a próxima,
Santa Teresa, Rio de Janeiro, 8 de abril de 2008.

026 - 2 desenhos do meu filho Nelson.


Caros leitores,
Meu filho Nelson foi meu aluno como antes fora seu irmão André. Em agosto de 92 ele ainda não tinha 14 anos. Aqui estão 2 desenhos que ele fez numa mesma aula e de uma mesma colega. Nos desenhos pode-se, ver anotado: 4:00 no desenho da esquerda e 4:30 no outro, indicando a hora e o minuto em que ele fez cada desenho. Portanto em meia hora ele deu um grande salto perceptivo.
O traço ainda estava pesado, mas o mais importante, foi o fato de que ele passou a ¨ver¨ de outra forma. Recomendo a todos que vejam, no texto 012, dois de seus maravilhosos desenhos, 7 anos depois.
Nelson hoje é designer e tem 2 Sites que eu também indico: http://www.lanalapa.com.br/ e o http://animafoto.com/.
Até a próxima,
Santa Teresa, Rio de Janeiro, 7 de abril de 2008.

025 - O Pão de Açúcar e o Corcovado.

Caros leitores,

Este é mais um desenho do Samuel (ver texto 015). Foi feito em novembro de 1984. Eu gosto do enquadramento, do traço e principalmente dos barcos. Basta clicar em cima do desenho para vê-lo ampliado. Esta foi uma aula externa, bem próxima do MAM.
Aí estão o Pão de Açúcar e a Marina da Glória. O mais curioso é o título do desenho : Corcovado. Só reparei quando fiz a cópia xerox do desenho. Depois perguntei ao Samuel porque Corcovado e ele me respondeu : ¨Ih ! Errei !¨ e acrescentou brincando: ¨Acho que dei uma de turista. Ainda não sei bem quem é quem aqui no Rio de Janeiro¨. Samuel é Carioca, na época morava em Botafogo e é Neurologista.
Até a próxima,
Santa Teresa, Rio de Janeiro, 7 de abril de 2008.

domingo, 6 de abril de 2008

024 - Êta que cochilo bom !


Caros leitores,
Este é mais um desenho da Vania (ver textos 021 e 023).
Ela aproveitou o cochilo do seu colega e fez um ótimo perfil. Não me lembro o nome do dorminhoco, mas que foi engraçado, sem dúvida, foi. Ele tinha me prevenido que provavelmente iria dormir se por acaso posasse para ser desenhado. Havia passado a noite anterior em claro. Eu, é claro, aceitei, ainda mais sabendo que ele era arquiteto. Arquitetos muitas vêzes não dormem. Adoram passar noites em claro ¨dando uma virada¨, isto é, trabalhando.
Até a próxima,
Santa Teresa, Rio de Janeiro, 6 de abril de 2008.

023 - 3 tentativas da Vania.


Caros leitores,
Aqui estão 3 desenhos da Vania (ver texto 021). Os 3 perfis desenhados são os de uma mesma colega de turma. O desenho mais à esquerda é do dia 23/04/86. O do centro é tambem do dia 23, portanto uma nova tentativa na mesma aula. No desenho da direita feito no dia 30/04/86, uma semana depois dos outros dois, ela realmente consegue um resultado bem melhor que os anteriores.
Até a próxima,
Santa Teresa, Rio de Janeiro, 6 de abril de 2008.

022 - A Diolinda e o seu sobrinho Flavio.


Caros leitores,
Diolinda foi minha aluna no MAM em 1985. Veio de Minas Gerais para fazer meu curso. Era uma aluna aplicadíssima e eu creio que ela obteve um bom resultado.
Um ano depois eu lecionava no Centro de Pós-Graduação da Faculdade da Cidade. Na primeira aula do curso, eu sempre fazia uma palestra e encerrava com uma projeção dos desenhos de ex-alunos.
No meio de uma projeção eu ouvi uma exclamação:
¨Uai ! Tia Diolinda fez este curso ? ¨. Era seu sobrinho Flavio, que reconhecera a tia.
Até a próxima,
Santa Teresa, Rio de Janeiro, 6 de abril de 2008.

021 - Vania antes e depois.

Caros leitores,
Aqui está a Vania. Ela foi minha aluna num curso particular em 1986. A cópia do auto-retrato da esquerda era uma xerox péssima, mas era o que eu tinha. Esta cópia em xerox foi escaneada. Quando eu dei um contraste no Photoshop para aparecer um pouco do desenho, a data praticamente sumiu. Não preciso enganar ninguém, a data é aquela mesma.
O auto-retrato da direita indica um grande avanço, em menos de um mês. Tenho outros desenhos dela, com datas próximas destes, e os publicarei em breve. Vocês verão que o seu progresso foi muito rápido.
Até a próxima,
Santa Teresa,Rio de Janeiro, 6 de abril de 2008.

020 - O Alto Astral da Moema.


Caros leitores,
Esta é a Moema. Ela estava sempre assim. Calma, descontraída, feliz. Passava uma energia ótima e contagiante. O curso para ela, era um ¨grande barato¨. Foi minha aluna no MAM em 85.
O seu auto-retrato diz tudo, portanto nada mais a acrescentar.
Até a próxma,
Santa teresa, Rio de Janeiro, 6 de abril de 2008.

019 - A Ana Beatriz vista pela Mônica e pelo Luis.


Caros leitores,
Aqui está a Ana Beatriz posando. Se não me engano ela ainda não cursava arquitetura. Os desenhos são da primeira turma do meu curso no MAM em outubro de 1984. O desenho da Mônica é o da esquerda. Ela já desenhava bem antes do curso. Quando ela terminou as aulas me disse que se sentia mais segura e com muito mais facilidade ao desenhar. Ela achou também que passou a ser muito mais rápida. Quanto ao Luis, eu me lembro bem que ele deu um bom salto qualitativo. Notem a semelhança da Ana Beatriz na visão de cada um deles.
Até a próxima,
Santa Teresa, Rio de Janeiro, 6 de abril de 2008.

sábado, 5 de abril de 2008

018 - O Samuel visto pela Ana Beatriz.

Caros leitores,
( Blog é uma coisa meio esquisita, meio ao contrário. Você começa a ler o primeiro texto que aparece e muitas vêzes ele pode estar relacionado com textos que estão abaixo e portanto ainda não apareceram na tela. Neste blog, é do meu interresse que os textos tenham uma certa sequência e às vezes que sejam mesmo uma continuação. Aconselho, então, a todos que estão me visitando pela primeira vez que, antes de ler este texto, ¨desçam¨ ou procurem nas Postagens mais antigas, e leiam o texto 015. Assim ficará mais fácil saber, por exemplo, quem é o Samuel ).
Este é o Samuel, o ¨Van Gogh¨, outra vez. Só que desta vez, ele está com cara só de Samuel. O desenho é da Ana Beatriz.
As proporções estão muito boas e a semelhança é bem maior que a do auto-retrato de perfil que o próprio Samuel fez. No entanto o traço do Samuel era muito mais expressivo. Mas, também, é importante saber que a Ana era muito jovem e ela mesma se dizia muito insegura ainda.
Até a próxima,
Santa Teresa, Rio de Janeiro, 5 de abril de 2008.

017 - Andó, o amigo do Arakaki.





Caros leitores,

 
Este é o Andó. Um jovem japonês que só falava japonês. Ele tinha acabado de chegar do Japão, não falava inglês muito menos português. Apareceu no MAM quando eu lancei o curso em outubro de 1984. Veio trazido pelo Arakaki, estudante da ESDI que já tinha feito uns 3 cursos comigo.
Arakaki o inscreveu e disse para eu não me preocupar. Andó estava morando na sua casa e de noite ele lhe explicaria os exercícios. Arakaki já tinha sido meu aluno neste curso e tinha tudo muito bem anotado. Ele insistiu para que eu não me preocupasse com o seu amigo e que eu desse o curso como se ele não existisse (coitado do Andó). O que ele queria era que o Andó não atrapalhasse ninguém. E assim foi. O Andó não ia entender ¨patavina¨ e eu ¨toquei o bonde¨.
De vez em quando eu dava uma força pra ele. Era pura mímica, complicada e divertida. O resultado aí está, acho que deu certo. Seria muito engraçado se depois de tudo isto o Arakaki me confessasse que ele, Arakaki, não falava nada de japonês.
Até a próxima,
Santa Teresa, Rio de Janeiro, 5 de abril de 2008.

016 - A minha Thonet vista pelo Guilherme.


Caros leitores,
Esta é a minha Thonet, a minha cadeira de trabalho desde 1972. Resolvi comprá-la só porque Le Corbusier trabalhava num modelo igual. Acho que Dr. Lúcio e Oscar Niemeyer também usavam esta cadeira.
De nada adiantou, é claro, pois nem arquiteto eu quiz ser. Mas para desenhar, serviu e serve até hoje. Eu gosto muito da sua altura em relação a mesa. O meu aluno Guilherme, a desenhou meio esquisita no dia 1 de março de 84 num curso que dei no meu escritório. No dia 17 de abril de 84 ele acertou em cheio.
Um bom desenho, graças mais uma vez, a percepção eficiente dos vazios internos e externos. Guilherme estudava arquitetura e estava no último ano da faculdade.
Até a próxima,
Santa Teresa, Rio de Janeiro, 5 de abril de 2008.

015 - Samuel o Van Gogh do MAM.


Caros leitores,
Samuel foi aluno da minha primeira turma do MAM / RJ em outubro de 1984. São seus os desenhos tipo antes e depois na apresentação deste Blog. Ele se destacou pela dedicação e pelas falas extremamente espirituosas, eu diria mesmo hilárias.
Ele está aqui ao lado de Van Gogh porque após ter feito o seu auto-retrato de perfil, não deu outra, para a turma ele passou a ser o Van Gogh do MAM. Em 2001 encontrei Samuel no Clipper no Leblon. Ele me saudou efusivamente: ¨Grande Mestre, preciso novamente das suas aulas, quero ser pintor¨. Tomamos um chope, conversamos um quase nada pois ele estava muito apressado, trocamos telefones e ele muito agitado se despediu. Montou numa fantástica Harley-Davidson e gritou para mim : ¨Um dia vou ser pintor¨. Sumiu em segundos.
Assim são os gênios: inconfundíveis!
Até a próxima,
Santa Teresa, Rio de Janeiro, 5 de abril de 2008.

014 - As cadeiras do Clemente.


Caros leitores,
Em outubro de 1984, lancei publicamente o curso ¨Desenho com o Lado Direito do Cérebro - Método Betty Edwards¨ simultaneamente no MAM (Museu de Arte Moderna do Rio de Janeiro) e no IAB (Instituto de Arquitetos do Brasil). Foi um sucesso. No MAM formaram-se duas turmas ou dois cursos com 30 alunos cada e no IAB um curso com mais de 20 alunos.
Clemente, um advogado, foi meu aluno da turma do IAB. A cadeira da esquerda foi desenhada no dia 7 de outubro. Ela tinha 4 pés mas o Clemente só viu 3 e além disso ela tem os pés mais próximos alinhados numa invisível reta horizontal, exatamente como as crianças representam a ¨linha do chão¨. A segunda cadeira, a do dia 23, já é um desenho quase perfeito. Ela está ¨pousada¨, sem que eu tenha ensinado nada de perspectiva ou sobre ponto de fuga.
Qual o segredo deste avanço perceptivo tão rápido ? A percepção do Vazio ou da forma do espaço que envolve toda a cadeira. Os chineses chamam de a ¨não-cadeira¨. Não sei como os japoneses o chamam, mas o Mestre Shoji Kamei o chamava de Vazio há quase meio século atrás, nas aulas de desenho do Curso Bahiense no Rio de Janeiro.
Até a proxima,
Santa Teresa, Rio de Janeiro, 5 de abril de 2008.

sexta-feira, 4 de abril de 2008

013 - O antes e o depois da Regina


Caros leitores,
Estes são os auto-retratos da Regina, antes e depois. O ano é de 1986, portanto este curso ocorreu no Centro de Pos-Graduação da Faculdade da Cidade. Lembro-me que Regina me disse que havia cursado Belas-Artes, alguns anos antes. O desenho da esquerda tem a simbologia característica do desenho infanto-juvenil. Ela se desenha bem mais jovem. Seu rosto lembra o de uma boneca. No da direita, ela aparenta a sua idade real. É um desenho adulto, de quem sabe desenhar. Em menos de dois meses é difícil dizer que foi a mesma pessoa que fez o dois desenhos.
Até a próxima,
Santa Teresa, Rio de Janeiro, 5 de abril de 2008.

012 - Coltrane e Picasso por Nelson Porto.



Caros leitores,
Estes fantásticos desenhos foram feitos por meu filho Nelson num bloco que ele levou para a Europa em 1999, aos 20 anos de idade. Quando ele voltou, mostrou seus desenhos e eu levei um susto !!! Telefonei para ele agora há pouco pedindo autorização para colocar estes 2 desenhos neste blog. Falei que o fato dele ter sido meu aluno aos 13 anos, não contava e que ele desenharia assim de qualquer maneira independentemente de ter sido meu aluno. Ele insistiu que não. Que só desenhava assim porque aprendeu cedo a ver e a desenhar comigo e que o resto veio com muita ¨ralação¨ mesmo. Pode até ser, mas às vezes eu penso ¨filho de peixe, peixinho é¨. Como eu acho ele uma ¨fera¨, ele está mais pra tubarão do que pra peixinho.
Até a próxima,
Santa teresa. Rio de Janeiro, 4 de abril de 2008.

011- Shoji Kamei e o ¨Caminho do Vazio¨.

No início da década de 60, Shoji Kamei já ensinava o caminho do Vazio. Fazia ver a seus alunos a importância de se perceber o espaço entre as coisas, o Vazio.
Shoji, é um arquiteto nipo brasileiro, que em 1962, foi professor de desenho de meu irmão Carlos Porto , num curso pré-vestibular de arquitetura do Rio de Janeiro. Seus desenhos e o seu traço tem a pureza e a suprema beleza de um jardim Zen. Ainda muito jovem, ensinava com extrema elegancia. Possuia a simplicidade dos Mestres. Nasceu Mestre! No ensino do desenho é o melhor que já vi.
Só conheci Shoji Kamei, em 1971, quando éramos colegas de trabalho no Curso Vetor. Ele como professor de Desenho e eu como professor assistente da cadeira de Física. Às vezes ele me convidava para assistir as suas aulas.
Shoji sabia das minhas notas dez em desenho nos dois exames vestibulares que fiz, e não entendia o fato de eu insistir em ser professor de física e não de desenho. Eu o tratava como Sensei,
O Mestre, e ele me devolvia a gentileza. Uma vez, brincando comigo disse: - Já que você me considera um Mestre por que não vai ser professor de desenho de um curso concorrente ? Assim terei um adversário à altura. Naquele instante, o Rio de Janeiro virou Japão e nós dois, Samurais de Akira Kurosawa.

Para o Mestre Shoji Kamei.

Santa Teresa, Rio de Janeiro, 4 de abril de 2008.

009 - Meu aluno Pedro e os Neurocientistas.

Caros leitores,

Aqui estão 3 desenhos do aluno Pedro de Araújo Lima. Pedro fez o meu curso no IAB (Instituto de Arquitetos do Brasil) no final de 84, início de 85. Nesta época, eu ainda era um entusiasta do trabalho da Professora Betty Edwards. Temos aí em cima os já clássicos antes/depois, e embaixo o desenho que ele fez de sua filha. Pedro é neurologista e somos amigos até hoje.
Por ser neurologista, um estudioso, e ter ficado entusiasmado com o curso, ele fez cópias e me deu dezenas de artigos sobre a lateralização das funções cerebrais, assinados pelos maiores especialistas de todo o mundo. Eu já tinha alguns, escritos por Roger Sperry, Jerre Levy, Michael Gazzaniga e outros ( todos norte-americanos) e, principalmente, um de Vadim Deglin, neurocientista da extinta União Soviética. O material do Pedro foi um reforço muito importante naquela época.

Hoje com a internet tudo ficou muito mais fácil. Praticamente todos os artigos de Roger Sperry ( Premio Nobel de Medicina e Fisiologia de 1981) estão disponíveis gratuitamente num Site. Para mim, foi muito importante ter lido tudo o que eu conseguia (evidentemente apenas artigos assinados por cientistas). Não queria ficar limitado às simplórias explicações da professora Betty Edwards em seu livro Desenhando com o Lado Direito do Cérebro e, muito menos, às curtas e fraquíssimas matérias, publicadas nas revistas de divulgação científica e nas seções de ¨Ciência¨ dos jornais.
Se você embarca numa canoa, verifique bem se ela não está furada. Eu dou este conselho exatamente porque eu só pude verificar depois. Isto ocorreu exatamente no final de 85, quando li o artigo ¨Right brain, Left Brain: Fact and Fiction¨ da cientista Jerre Levy em que ela critíca direta e duramente o trabalho da professora Betty Edwards. O artigo saiu na revista Psychology Today de maio de 1985.
Para quem não sabe, Jerre Levy dedicou praticamente toda a sua carreira profissional ao estudo da laterização das funções cerebrais. Foi aluna, assistente e colaboradora de Roger Sperry. Participou ativamente das pesquisas com os chamados ¨pacientes de cérebro bipartido¨. Hoje em dia é considerada uma das maiores autoridades mundiais neste assunto. A partir da leitura do seu artigo, mudei minha visão em relação ao trabalho de Betty Edwards.
Por agora é só. Como este é um tema muito complexo, prefiro retomá-lo futuramente.
Até a próxima,
Santa Teresa, Rio de Janeiro, 4 de abril de 2008.

quinta-feira, 3 de abril de 2008

008 - Auto-retrato feito em sala.

Caros leitores,
Este é um auto-retrato que fiz em sala num curso que dei na PUC em 2005. A aluna no fundo, apenas esboçada, é a Teresa que acabou ficando com este desenho. Eu procuro sempre desenhar durante as aulas. Desenho e explico ao mesmo tempo tudo que me ocorre na mente em relação ao desenho, principalmente as estratégias que estou usando. Acho este um ótimo exercício para os alunos. Desenhei até hoje centenas deles e sempre dei meus desenhos para os retratados.
No meu modo de pensar, seria muito bom se os professores das faculdades de arte, desenho industrial e arquitetura fizessem isto também: desenhar na frente dos alunos. Este é um conselho que dou para todos os professores que foram meus alunos. O aluno se sente muito mais seguro quando percebe que o professor sabe fazer o que ensina e sabe ensinar o que faz. Só pode ensinar desenho quem sabe desenhar. Os alunos sabem disso.
Até a próxima,
Santa teresa, Rio de Janeiro, 3 de abril de 2008.

007 - A mão esquerda da Rozanne.


Caros leitores,
Rozanne foi minha aluna em 1984 num curso experimental que dei na UERJ. O desenho do lado esquerdo ela fez olhando para a sua mão esquerda no dia 19 de agosto. Os dedos parecem de borracha. Na aula seguinte, dia 23 de agosto, após fazer alguns exercícios de percepção e desenho, ela desenhou novamente a sua mão e o resultado está aí no lado direito.
Eu lembro que quando ela viu o primeiro desenho, começou a rir dizendo que não estava acreditando pois o segundo estava muito melhor que o anterior. Infelizmente este curso foi interrompido no meio. Não me lembro porque. Dele guardo este desenho e a lembrança do sorriso da Rozanne.
Até a próxima,
Santa Teresa, Rio de Janeiro, 3 de abril de 2008.

006 - O salto do meu filho André Porto.


Caros leitores aqui estão 2 desenhos de meu filho André. Ele foi citado nos dois últimos textos, ou seja nos que estão aí em baixo. O primeiro desenho é o seu auto-retrato feito no dia 23 de maio de 83, na primeira aula do meu curso. O segundo é um desenho que ele fez do meu perfil no mes de outubro de 83, 3 meses após ter terminado o curso. Em outubro de 83 ele ainda não tinha 13 anos.
Se o hemisfério direito do seu cérebro ficou mais ¨bacana¨ ou mais ¨ativo-inteligente-criativo, etc e tal¨, não tenho a menor idéia e nem como provar. Sou professor de Desenho e não Neurocientista e além do mais não tinha e não tenho acesso a equipamentos que pudessem ou possam me fornecer alguma prova neste sentido.
O que me interessa é que ele aprendeu a desenhar bem o real.
O resto, este folclore todo em torno do hemisfério direito, na minha opinião, é fruto da desinformação causada pela simplificação com que a maior parte da mídia trata a complexidade dos assuntos científicos, criando uma espécie de manual-de-ciência-de-mesa-de-bar, que beira a cultura de almanaque.
Até a próxima,
Santa Teresa, Rio de Janeiro, 3 de abril de 2008.